Muitos pais e responsáveis se preocupam em não conseguir ajudar os pequenos e jovens aprendizes porque não sabem ou não têm proficiência na língua adicional e, por isso, sentem-se inseguros sobre como podem apoiar seu aprendizado.
Esse receio é justificado pelo contexto no qual estão inseridos. De acordo com dados do British Council, apenas 5% da população brasileira consegue se comunicar em inglês, e desse percentual, apenas 1% têm proficiência nesta língua.
No entanto, sabemos que o apoio familiar tem um impacto muito grande no envolvimento e no desenvolvimento dos estudantes no processo de aprendizagem. Mesmo em um contexto bilíngue, há diversas formas das famílias participarem ativamente da jornada educacional das crianças e dos adolescentes, fortalecendo sua confiança e curiosidade pelo novo idioma e é isso que vamos abordar neste texto.
Confira o papel da família na aprendizagem bilíngue
Na Educação Bilíngue, a língua adicional não é o único foco de aprendizagem. No Currículo Be, por exemplo, buscamos o desenvolvimento de uma língua adicional de instrução, ampliando o repertório linguístico, cultural e de mundo dos estudantes.
O aprendizado de um novo idioma não acontece de forma linear; as crianças passam por momentos de grande progresso, seguidos de períodos de aparente estagnação, o que é absolutamente normal. Assim, é fundamental que as famílias compreendam esse processo e ofereçam um ambiente seguro e encorajador.
Para apoiar esse desenvolvimento, é importante equilibrar cobranças e expectativas com demonstrações de incentivo. Além disso, é essencial reagir positivamente às tentativas da criança de se expressar na língua adicional, criar oportunidades para o contato com o idioma além da sala de aula e respeitar o tempo e o estilo de aprendizado de cada estudante.
Veja as estratégias para apoiar o aprendizado bilíngue em casa
Mesmo sem fluência no inglês, as famílias podem criar um ambiente favorável para que a criança se sinta motivada e confiante no aprendizado. Algumas estratégias simples ajudam nesse processo:
1. Crie um ambiente favorável ao segundo idioma
- Tente expor os pequenos e jovens ao idioma por meio de músicas, filmes e livros adequados à idade.
- Utilize rótulos, bilhetes e pequenas frases no segundo idioma pela casa.
- Incentive a participação em eventos culturais relacionados ao idioma.
2. Incentive-os a praticar o idioma sem pressão
- Faça perguntas estratégicas sobre a escola e as aulas. A Carta às Famílias, recurso pedagógico oferecido pelo Be às escolas parceiras, pode ser uma ótima aliada nesses momentos.
- Celebre quando se expressam com uma palavra ou frase em inglês espontaneamente.
- Evite pedir que a criança repita palavras ou expressões apenas para “mostrar” o que aprendeu a outras pessoas, pois isso pode gerar desconforto.
3. Mantenha a conexão com a escola e os educadores
- Valorize a comunicação com os professores, mesmo sem falar o idioma. Muitas escolas oferecem apoio e materiais para auxiliar as famílias nesse contato, por isso, é importante verificar a disponibilidade..
- Acompanhe o desenvolvimento da criança por meio de reuniões, boletins e feedbacks da escola.
- Participe ativamente de eventos escolares, apresentações e projetos, demonstrando interesse pelo aprendizado da criança.
Lide com desafios e inseguranças
Muitas crianças e adolescentes podem demonstrar resistência ou frustração durante o processo de aquisição do novo idioma. Isso pode se manifestar na recusa em falar a língua adicional, na troca frequente entre os idiomas ou até mesmo em sentimentos de insegurança, que podem ser gerados por inúmeros fatores.
Para ajudar nesse processo, as famílias podem:
- Validar os sentimentos dos aprendizes, mostrando que é normal sentir dificuldades em alguns momentos.
- Evitar comparações com outras crianças e adolescentes, respeitando o ritmo de aprendizado de cada uma.
- Criar um ambiente em que o erro seja visto como parte do processo, e não como um problema.
- Encorajar pequenas conquistas, reforçando o progresso de forma positiva.
A insegurança também pode surgir nos próprios pais e responsáveis, que podem sentir que não estão contribuindo o suficiente para o aprendizado dos filhos. Nesses casos, é importante lembrar que a presença, o incentivo e o apoio emocional pode apresentar um impacto até maior do que a fluência no idioma.
As famílias não precisam ser fluentes no inglês para apoiar a jornada bilíngue de seus filhos. Mais do que o conhecimento da língua, o que realmente faz diferença é o envolvimento ativo na rotina escolar, o incentivo positivo e a criação de um ambiente que favoreça a aprendizagem.
Nesse sentido é importante lembrar que a escola e a família são parceiras nessa jornada. A comunicação aberta e constante com os educadores, além da participação ativa na vida escolar são essenciais para garantir que a criança aproveite ao máximo essa oportunidade de crescimento e desenvolvimento.
Como você tem apoiado a jornada dos seus filhos na Educação Bilíngue? Compartilhe sua opinião nos comentários e inspire outras famílias. Juntos, podemos criar um ambiente de aprendizado mais positivo e colaborativo.