A modelagem como recurso de aprendizagem

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A modelagem, também conhecida como modelling, é um recurso de aprendizagem essencial que tem ganhado destaque na educação moderna. Como um recurso de aprendizagem, a modelagem envolve a apresentação de exemplos e comportamentos que os estudantes devem seguir e internalizar.

 

A estratégia de modelling – ou modelagem, em português – está presente no nosso dia a dia com mais frequência do que imaginamos. Podemos ver, nas redes sociais, como as pessoas podem influenciar nosso comportamento e nossa forma de consumo apenas com o compartilhamento de suas rotinas.

 

Quando o professor canadense Albert Bandura (1960) desenvolveu a teoria da aprendizagem social, pudemos compreender que a aprendizagem por meio do exemplo é efetiva e traz enormes benefícios no processo de aprendizagem dos estudantes.

 

O que é a modelagem na educação?

A modelagem é a estratégia executada mediante o compartilhamento de um modelo com características estipuladas pelos educadores e de acordo com o objetivo a ser alcançado na aprendizagem. Quando propomos uma atividade aos estudantes sem nos aprofundarmos nos objetivos e nos pontos de atenção, ficamos suscetíveis ao erro desnecessário e reduzimos a oportunidade de o estudante desenvolver habilidades importantes como a de sintetizar e aplicar conhecimento.

 

Quando usar o recurso de aprendizagem da modelagem?

A modelagem deve ser usada sempre que possível e em diferentes contextos.

 

Como educadores, muitas vezes ficamos presos à premissa de que proporcionar modelos seria facilitar demais a aprendizagem para os nossos estudantes e, como consequência, limitar ou reduzir a aprendizagem deles. O que não é verdade. Podemos aplicar a modelagem de forma diversificada. Veja:

 

Discussões em grupo

Para estudantes iniciantes na Educação Bilíngue, ter um modelo de como desenvolver a fala por meio de prompts disponíveis em recursos visuais, por exemplo, possibilita a comunicação, a integração nas atividades em grupo e a confiança. Além disso, os prompts são uma ferramenta adaptável para outros possíveis cenários que esses estudantes possam encontrar no futuro.

 

Nos materiais desenvolvidos pelo Be – Currículo Bilíngue, trazemos como referência os Prompts for Outcomes: um recurso de aprendizagem que o estudante pode acessar a qualquer momento, com o objetivo de desenvolver-se tanto na fala quanto na escrita de modo cada vez mais sofisticado.

 

Atividades de escrita

As atividades de escrita na segunda língua são realizadas por meio da exposição do estudante à língua adicional de forma diversificada e contínua. Para que esse processo seja efetivo, é necessário respeitar a ordem dos fatores, dando início à criação de vocabulário até chegar à empregabilidade das palavras. Quando proporcionamos atividades de preencher as lacunas, damos a chance desse estudante colocar em prática seus conhecimentos. Por isso, nos materiais que o Be desenvolve, a modelagem nas atividades aparece sempre como uma estratégia de scaffolding (métodos de mediação no processo de aquisição de conhecimento), que dá autonomia para o desenvolvimento dos estudantes.

 

Desenvolver projetos colaborativos

Além de serem benéficas na construção de um relacionamento positivo entre educador e estudantes, as atividades colaborativas proporcionam a esses estudantes a oportunidade de desenvolverem o pensamento crítico e as habilidades socioemocionais e de externalizarem os conhecimentos. A partir da clareza do objetivo da atividade proposta, somada aos exemplos dados antes da performance, os estudantes conseguem se autorregular e tomam a frente no seu processo de desenvolvimento. Nas aulas do Currículo Be, as atividades de interação e o desenvolvimento de projetos colaborativos são uma constante. Para essas aulas, as orientações dos planos de aula trazem aos educadores dicas e sugestões de modelagem que tornam todo o processo mais rico e inovador.

 

A estratégia de modelagem tem inúmeros benefícios, mas devemos lembrar que ela, assim como toda estratégia de scaffolding, tem o intuito de ser temporária, ou seja, é útil e essencial até que o estudante consiga desenvolver a capacidade de produzir e criar a partir das habilidades construídas no processo de aprendizagem.

 


 

Referências

Redação Revista Educação. Entenda a teoria da Aprendizagem Social. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2021/01/18/aprendizagem-social-al/ . Acesso em: 10 de junho de 2024.

 

Riches, Adam. SecEd. Modelling and Scaffolding in the Classroom. Disponível em: https://www.sec-ed.co.uk/content/best-practice/modelling-and-scaffolding-in-the-classroom/ . Acesso em: 10 de junho de 2024.

 

Ellis-Lowbridge, David. Don’t Be Afraid Of Live Modelling.Teacher tool kit. Disponível em: https://www.teachertoolkit.co.uk/2018/11/20/live-modelling/ . Acesso em: 10 de junho de 2024.

 


 

Victoria Catarino

Victoria Catarino

Assessora pedagógica do Be - Currículo Bilíngue. Graduada em Pedagogia pela Universidade Paulista de Campinas (UNIP). Pós-graduada em Educação Bi/Multilíngue pela Faculdade Venda Nova do Imigrante (FAVENI). MBA em Gestão Escolar pela Universidade de São Paulo (USP). Educadora há 8 anos, com experiência em Educação Infantil e anos iniciais em escolas bilíngues e internacionais. Certificada em Linguagem e Literatura, Estratégias de Diferenciação de Planos de Aula e Educação Socioemocional.

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