A lousa como recurso de aprendizagem

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Como a utilização efetiva da lousa pode potencializar o aprendizado dos estudantes

A lousa na aprendizagem pode ser uma grande parceira dos educadores. Muitas pesquisas já comprovaram o que parecia óbvio: a organização é um aspecto fundamental para que o cérebro consiga absorver melhor as informações, encontrar seu foco e reduzir as distrações, o estresse e a ansiedade na hora de aprender algo novo.

 

Uma antiga aliada da educação, a lousa – ou quadro – continua sendo uma importante ferramenta para os educadores. Contudo, será que ela pode ser utilizada de qualquer forma?

 

Independentemente do tipo de quadro adotado em sala de aula – negro, branco ou interativo –, essa peça desempenha um papel significativo que muitas vezes é negligenciado. A organização e a utilização correta de uma lousa são questões imprescindíveis para uma experiência de aprendizagem eficaz, visto que ela continua sendo uma ferramenta essencial para o ensino e a aprendizagem. É importante que os educadores empreguem esse recurso de forma eficaz, garantindo que todos os estudantes tenham acesso claro e desobstruído às informações apresentadas. Do contrário, uma lousa desorganizada e cheia de informações desencontradas pode trazer um sentimento de angústia e ansiedade para quem precisa aprender.

 

Um dos aspectos primordiais ao usar a lousa é garantir uma visão clara e sem interrupções para todos os estudantes. Evitar bloquear a visão dos estudantes nas laterais da sala e manter-se consciente do posicionamento da lousa durante as explicações são práticas essenciais. Ao escrever na lousa, é preciso manter a clareza na escrita, optando por letras grandes e legíveis. Seja com giz em um quadro-negro, seja com caneta em uma lousa branca, a clareza da escrita é vital para a compreensão de todos os estudantes. Além disso, a prática de escrever em linhas retas, da esquerda para a direita e de cima para baixo e a verificação constante da ortografia e da gramática são pontos fundamentais para assegurar a precisão do conteúdo apresentado.

 

Se o seu quadro estiver desorganizado, isso refletirá diretamente no trabalho dos estudantes. Portanto, para manter uma organização clara e estruturada, uma dica valiosa é dividir a lousa em seções distintas. Reserve uma parte para uso durante a aula, onde as informações podem ser escritas, apagadas e reutilizadas conforme necessário. Use outra parte para informações importantes que devem permanecer visíveis durante toda a aula. Isso facilita a compreensão e o acompanhamento por parte dos estudantes.

 

No entanto, a utilização da lousa vai além de simplesmente escrever informações. Organizar a lousa de forma estratégica pode aumentar significativamente a eficácia do ensino.

 

Por exemplo, escreva a data, o seu nome e uma lista dos objetivos ou atividades básicas da aula, permitindo que os estudantes saibam o que esperar. Marque os itens conforme forem alcançados durante a aula; e, ao final, revise os objetivos para que os estudantes possam avaliar o que aprenderam. Para turmas mais velhas, considere escrever informações como pontos-chave gramaticais, vocabulário essencial em bullet points ou datas de testes. Para estudantes mais jovens, é recomendável colocar essas informações na parte superior da lousa, deixando a parte inferior livre para a escrita.

 

Se tiver a opção de utilizar cores diferentes, a organização do seu quadro pode ficar ainda melhor. Procure usar cores chamativas para títulos ou palavras em destaque; sublinhar também é uma boa opção.

 

A criatividade pode desempenhar um papel crucial nesse momento. Saia do lugar comum e utilize a lousa para fazer mind maps, word webs, tabelas, gráficos, etc. Explore diferentes camadas de anotações para oferecer aos estudantes uma variedade ampla de recursos visuais. Na hora do estudo, essas anotações podem ser valiosas.

 

Além disso, a lousa pode ser um instrumento versátil para diversas atividades em sala de aula. Desde dar instruções e reforçar atividades orais até fornecer registros de novas palavras e estruturas. As possibilidades são vastas. A utilização criativa da lousa pode transformá-la em um recurso valioso para promover a interatividade e o engajamento dos estudantes. O uso cuidadoso e organizado da lousa reflete não apenas a habilidade do educador, mas também seu compromisso com a clareza e a qualidade do ensino.

 

Uma ferramenta eficaz como a lousa, aliada a um currículo estruturado e bem aplicado, pode transformar o ambiente de aprendizagem. Para garantir que as escolas alcancem essa excelência, o suporte integral oferecido pelo Currículo Be favorece uma formação inicial e continuada que eleva e expande as práticas dos educadores. Por meio do acompanhamento das aulas, aspectos como o uso da lousa como forma de beneficiar a aprendizagem são trazidos aos educadores que, muitas vezes, nunca pararam para refletir sobre a efetividade desse recurso. Por isso, a assessoria do Be – que mantém seu aspecto formativo, e não de auditoria – reforça a importância do olhar individualizado e da personalização da aprendizagem não apenas dos estudantes, mas também dos docentes.

 

Refletir sobre a forma como utilizamos as ferramentas disponíveis em sala de aula pode ser transformador. A lousa, quando tem seu uso cuidadosamente planejado, pode se tornar uma aliada poderosa no processo de ensino-aprendizagem.

 

Convidamos todos os educadores a analisarem e refletirem sobre suas práticas e a explorarem novas estratégias para maximizar o potencial desse recurso. E, para as escolas interessadas em elevar ainda mais a qualidade do ensino bilíngue, a Assessoria Pedagógica do Be está pronta para oferecer todo o suporte necessário. Juntos, podemos criar ambientes educacionais que inspiram, engajam e transformam vidas.

 


 

Referências

Stull, A. T., & Mayer, R. E. (2007). Learning by doing versus learning by viewing: Three experimental comparisons of learner-generated versus author-provided graphic organizers. Journal of Educational Psychology, 99(4), 808–820. https://doi.org/10.1037/0022-0663.99.4.808

 

Ainsworth, S. (2006). DeFT: a conceptual framework for considering learning with multiple representations. Learning and Instruction, 16, 183–198.

McCrudden, M.T., Rapp, D.N. How Visual Displays Affect Cognitive Processing. Educ Psychol Rev 29, 623–639 (2017). https://doi.org/10.1007/s10648-015-9342-2

 


 

Viviane Brykcy Vicente

Viviane Brykcy Vicente

Assessora pedagógica do Be - Currículo Bilíngue. Tem mais de 20 anos de experiência em docência, incluindo 12 anos em gestão e direção escolar de colégios bilíngues e internacionais, com expertise na área de operação escolar e implementação de currículos. Graduada em Letras - Português/Inglês e em Pedagogia. Pós-graduada em Direito Educacional e Práticas de Ensino Bilíngue. Especialização em Neurociências na Escola. Certificada e autorizada em ensino de inglês para falantes de outras línguas pela Cambridge University.

Daniela Gontijo

Daniela Gontijo

Assessora pedagógica do Be - Currículo Bilíngue. Graduada em Tradução pela Universidade de Brasília (UnB). Licenciada em Letras - Inglês e Literaturas pela Faculdade Estácio de Sá. Especialista em Docência e Diversidade pela Faculdade Descomplica. Possui certificação Advanced de Cambridge. Educadora há 15 anos, com experiência em docência e coordenação em centros de idiomas e escolas de ensino básico, especialmente em língua inglesa, convivência ética e projeto de vida. Coautora do livro "Inglês de Pais para Filhos", da Editora BOC.

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