Bilinguismo e o cérebro adolescente

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Como pais e educadores, estamos sempre buscando maneiras de otimizar o desenvolvimento de nossos adolescentes. Além das descobertas recentes sobre o cérebro adolescente, reconhecemos os benefícios significativos do bilinguismo para o desenvolvimento cerebral nessa fase crucial da vida.

 

Recentes avanços científicos têm iluminado nossa compreensão do desenvolvimento cerebral durante a adolescência. O cérebro adolescente é agora reconhecido como um “trabalho em andamento”, e é durante essa fase que muitas oportunidades e desafios se apresentam. Por isso, é primordial adotar uma abordagem integrada, combinando insights da neurociência com propostas eficazes e políticas bem informadas.

 

Uma análise abrangente do desenvolvimento do cérebro adolescente destaca a importância das experiências sociais, emocionais e ambientais nessa etapa da vida. Entender como o cérebro dos adolescentes responde aos estímulos externos, como interações sociais e exposição à tecnologia acontecem, nos permite projetar intervenções mais eficazes que promovam resultados positivos.

 

Estudos científicos demonstraram que ser bilíngue tem uma série de vantagens cognitivas, incluindo melhorias na função executiva, nas habilidades de resolução de problemas e até mesmo na prevenção de doenças neurodegenerativas que podem surgir com o avançar da idade. No contexto do cérebro adolescente, esses benefícios podem se traduzir em maior flexibilidade cognitiva e habilidades de autorregulação, pontos fundamentais para enfrentar os desafios típicos dessa fase de transição.

 

O bilinguismo também tem sido associado à maior densidade de matéria cinzenta em áreas-chave do cérebro responsáveis pelo controle cognitivo e pelas tomadas de decisão. Isso sugere que os adolescentes bilíngues podem ter uma vantagem neurobiológica que lhes permite navegar de forma mais eficaz em ambientes complexos e socialmente diversificados.

 

Além disso, aprender e praticar um segundo idioma durante a adolescência pode fortalecer as habilidades de comunicação e promover maior consciência cultural e sensibilidade intercultural. Essas habilidades são inestimáveis em um mundo cada vez mais globalizado, onde a capacidade de se comunicar eficazmente e entender diferentes perspectivas é essencial.

 

Portanto, ao incorporar o bilinguismo ao currículo escolar, estamos não apenas fornecendo aos nossos estudantes uma educação acadêmica excepcional, mas também preparando-os para prosperar em um mundo diversificado e interconectado. Ao estimular o desenvolvimento cerebral por meio do bilinguismo, estamos capacitando nossos adolescentes para que atinjam seu potencial pleno e para que se tornem cidadãos globais bem-sucedidos e culturalmente conscientes.

 

No entanto, enquanto avançamos na compreensão do cérebro adolescente, enfrentamos desafios significativos. É fundamental reconhecer que muitas das descobertas científicas vêm de contextos de alta renda e que precisamos entender melhor como as experiências dos adolescentes em diferentes ambientes influenciam o desenvolvimento cerebral.

 

Uma abordagem interdisciplinar e global é necessária para preencher essas lacunas de conhecimento e informar políticas e soluções que atendam às necessidades de todos os adolescentes, independentemente de origem ou circunstâncias. Ao adotar uma abordagem integrada que combina evidências científicas com práticas comprovadas, podemos maximizar o potencial dos adolescentes e prepará-los para um futuro de sucesso. Nesse sentido, o currículo bilíngue desenvolvido pelo Be destaca-se, porque está também calcado nessas premissas, alinhando-se integralmente com o que há de mais atual no campo da ciência da aprendizagem e da educação como um todo.

 

Em conjunto com as mais recentes descobertas da neurociência adolescente, o Currículo Be emerge como uma poderosa ferramenta em um mundo cada vez mais exigente e desafiador. Com uma abordagem integrada que reconhece e valoriza os benefícios do bilinguismo, podemos capacitar nossos jovens para que se destaquem em todas as áreas da vida, desde a sala de aula até o mercado de trabalho global.

 


Referências

Patton, G.C., Sawyer, S.M., Santelli, J.S. et al. (2016). Our Future: A Lancet Commission on adolescent health and wellbeing. The Lancet, (1-57). doi:10.1016/S0140-6736(16)00579-1

 

Spielberg, J.M., Olino, T.M., Forbes, E.E. et al. (2014). Exciting Fear in Adolescence: Does pubertal development alter threat processing? Developmental Cognitive Neuroscience, 8, 86-95. doi:10.1016/j.cn.2014.01.004

 

Takesian, A.E. and Hensch, T.K. (2013). Balancing Plasticity/stability across Brain Development. Progress in Brain Research, 207, 3-34. doi:10.1016/B978-0-444-63327-9.00001-1

 


 

Viviane Brykcy Vicente

Viviane Brykcy Vicente

Assessora pedagógica do Be - Currículo Bilíngue. Tem mais de 20 anos de experiência em docência, incluindo 12 anos em gestão e direção escolar de colégios bilíngues e internacionais, com expertise na área de operação escolar e implementação de currículos. Graduada em Letras - Português/Inglês e em Pedagogia. Pós-graduada em Direito Educacional e Práticas de Ensino Bilíngue. Especialização em Neurociências na Escola. Certificada e autorizada em ensino de inglês para falantes de outras línguas pela Cambridge University.

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